sexta-feira, 30 de março de 2012

Pode trazê seu Campari, linda!

    Arminda, filha, escuta uma coisa, você tá tomando seu Campari de manhã, direitinho? Então, linda, que cê tem na cabeça de achá que sô eu que invento as previsão do tempo? Só falei que não ia chovê porque foi o que aquela moça na televisão falô de manhã. Você não viu? Sabe aquela todo empinada, bonita, que namora aquele outro meio assim que apresenta o jornal da hora do almoço, sabe? Então! O que que é? Tá com medo de água, agora? É bom que molha, santa, assim cê tem que lavá os cabelo! Já te falei que não presta lavá só uma vez por semana. Não vê como meu cabelo fica jeitoso? Então, é que eu lavo todo dia! T-o-d-o dia! Pode tá o maior calor ou pode tá caindo gelo, que eu lavo! E tem aquele xampu bom que tira o amarelado dos cabelo, sabe? Se bem que você gosta de pintá dessas cor da moda então não precisa. Você bem que podia aconselhá a Domingas a mudar de cor, não acha? Aquele loiro médio amêndoa ela usa desde que a Marisa saiu da faculdade não combina mais com ela, tô certa? Se bem que se é prá pintá dessas cor esquisita que cê gosta, melhor nem falar por que eu sei que o Olavo é chato pra essas coisa. Cê acha que se ela muda a risca de lado ele já fica perturbando, coitada! Má ele qué o quê? Que ela fica largada, toda esculaxada? Eu acho que ele tem ciúme, sabe? Também, toda magrinha daquele jeito, chama atenção, né? Ah, se eu tivesse aquele corpinho dela usava uma roupa mais animada, sabe? Má não tem jeito, né? Deus dá pão prá quem não tem dente.
    E você, filha, gostou do licor que eu te trouxe? Quase que cê fica sem. Já tava dando pro taxista. Também cê não voltava mais lá daquele lugar que você foi! A sua vizinha achou ruim, me ligou e tudo. Tava cansada de ir cuidá das tuas planta. Disse que você não voltava mais, que não tinha combinado isso, que não ligava prá saber se ela tava viva ou morta e que ela tinha um monte de exame prá fazê nessa semana. Coitada! Fiquei com pena! Ela queria que eu fosse aí, todo santo dia, colocá água nas planta. Aí eu fiquei fula da vida! Que custa prá ela que tá aí do lado? Má não! Tem que sair eu daqui de longe?! Ah, vá via! Bom agora que cê voltou, acho que ela se acalmou, né?
    Olha, Minda, amanhã de tarde a Minga vem aqui que nóis vamo assiti um filme do nosso tempo que uma sobrinha dela emprestou. Chama Irmã Dulce. Conhece? Não gosto muito dos filme de religião porque a gente já sabe o que vai acontecê, tô certa? Que nem na Semana Santa que passa aqueles filme da Paixão de Cristo. Que adianta, me diz? Todo mundo já sabe que ele vai morrê! Eu gosto mais de romance, assim, né? Mas tudo bem. Vou fazê um bolo de Páscoa, tipo colomba, que a Kátia deu a receita esses dia. Cê vem né? Então tá bom. O quê? Pode! Pode trazê seu Campari. Cê tá careca de sabê que eu não tenho essas porcaria em casa.

terça-feira, 27 de março de 2012

Nísia, sua sacripanta!

    Ma, Nísia! Ô, Nísia, sua cocoroca! Você me disse que hoje não ia chovê. Só amanhã...
E eu pergunto: o que aconteceu? E eu pergunto de novo: o que a-con-te-ceu???  Aí, eu mesma RRRespondo: eu acreditei!
    RRResolvi dá uma saidinha pra ver uns negócio por aí e pumba: aquele chuvaréu todo que molhô o meu sapato ortopédico e agora a sola começou a descolar. Um sapato tão bão... Ai meu Deus do céu! E era uma ventania pra tudo quanto é lado. Virô minha sombrinha do avesso. Tão bonitinha ela, cheia de frozinha lilás... Tudo estragada!!! Desvirei as vareta ma não deu certo. Teve uma que ficô esquisita, meio esticada demais e não arma. Fica xoxa, molenga... Aí andei o RRResto do caminho com ela assim mesmo: com aquela vareta torta que ficava RRRoçando no meu cocoruto... Que RRRaiva!
    Ma isso nem foi o pior! Vou te contar o que foi o pior! O pior foi encontrá o Olavo na padaria e dizê pra ele que hoje não ia chovê. E ele me sai com essa: "Ah, entón vou jogá uma água no Passat que tá tão sujo...".
E agora? Com que cara que eu vô olhá pra ele? Mas será o Benedito?
Me tenho vontade de moRRRê. MoRRRê!!!
    Olha, Nísia, da próxima vez que você me vier com essas coisa esquisita de previsón do tempo, não vou acreditá mas nem que a vaca tussa!
    Aff... Cada uma viu...

sábado, 24 de março de 2012

Vamo fazê uma extrevegância!

    Alô, Domingas! Ê, bom dia, né? E aí, santa, tá mais calma? Credo, ontem você parecia um bicho! Tava pior que eu quando era mocinha e sofria daquelas coisa que dá antes das regra, sabe? Olha, vô te falar a verdade: eu queria te chamá prá nóis assisti o último capítulo da novela, mas do jeito que você tava não tive coragem. Também, filha, se você não fumasse não ia ter brigado com o Olavo. Tá vendo? Tudo culpa do cigarro! Já te falei prá largar esta nojeira, tô certa? Lógico que tô! Ê, não vai começá a ficá nervosa tudo de novo, hein? Me fala, linda, que se achou do final da novela? É? Ficou com raiva? É, também acho que eles pensa que nóis somo tudo besta. Verdade! Também não sei porque nóis ainda assiste, né? O quê? Mas de novo a Marisa me deixa as criança até tarde aí? O QUÊ? Chutou a bola na sua televisão bem na hora que a outra ia se dá mal? Má! Que bandido! É por isso que você passa nervoso, santa! Cê conta essas coisa pro seu médico? Deus que me livre! Ó não pensa mais nisso, não! Já foi!
    Minga! Tive uma idéia! Faz assim, vem aqui que nóis assiste "As ponte de Médissão" no video cassete. Ai, é tão lindo esse filme, né? Nunca me conformo que aquela tonta não vai embora lá com o bonitão, como que é o nome dele? Hein? Não, esse é outro! Então, nossa, eu cuido tanto dessa fita porque morro de medo que ela embolora, sabe? Vem aqui que cê fica mais calma. Escuta o que tô te falando porque eu tenho razão! Já que não dá prá nóis jogá carta por causa dauela empiastra da Arminda que nem lembra que nóis existe, nóis assiste um filme.
    Escuta, Minga! Cê acha que amanhã no fantástico vão fazê um especial do Chico Anysio? Será que vão passá os melhor momento do enterro? Ai, será que onde a Minda tá tem televisão? Ela adora esses funeral de gente famosa. Eu sei que sai nas revista depois, mais aí não é a mesma coisa, né?
    Ó, Minga, não pensa muito não! Lava aí a tua louça, estende tuas roupa, que hoje tá um tempo bom, e depois vem prá cá. Vô fazê uma pipoca doce prá nóis, tá bom? Ah, ainda não arrumou sua ponte? Má já não te falei...tá bom, tá bom!!! Calma!!!! Vai fumá prá se acalmá, credo!!! Então deixa que eu dô uma corrida no mercado e compro umas bolacha recheada. Vamo fazê uma extrevagância hoje!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Mal humorada

    Ai, Nísia. Hoje acordei num mau humor danado, acho que to de rabo azedo num sei com o que. Será que foi depois que o Olavo comprou cigarro errado pra mim - eu falei pra comprar Minister mas ele me veio com Free e eu não gosto daquele cigarro (COF COF COF!) mas o homem é teimOOOOOsoooo..... ou é por causa daquele remédio pra pressão que eu tô tomando agora que o Dotôr Homero passou para mim tomar no lugar do Omeprazol e do Viskaldix? Ai, só sei que ando iRRRitada com qualquer coisa, até com o coitado do Tavinho eu briguei. Vê só: ele me chega em casa dez horas da noite ontem dizendo que tava no trabalho, que "num sei o quê num sei que lá", e que acabou comendo um bregueste qualquer na rua. Num sei que me deu que eu soltei os cachoRRo (COF COF COF, COF COF COF!) no coitado, falei que num custava me ligar pra falar que ia comer na rua, e que fica só comendo tranqueira e depois reclama que tá gordo e que o colesterol tá alto... ele ficou tão bravo que me foi pro quarto dele e num saiu de lá, nem quis antender o telefone quando "a outra" ligou pra ele, ai, fiquei passada. De manhã eu fiz o café e pedi desculpa pra ele, até acordei mais cedo e fiz um bolinho caçarola pra ele se animar um pouco... mas custava ele me avisar que ia demorar? E cadê o Olavo que até agora não voltou do mercado????

terça-feira, 20 de março de 2012

Não tá com saudade, Arminda?

    Alô? Arminda...alô? Minda! Oi! Nossa como essas ligação prá longe são ruim, né? Então, escuta, você tá em São Paulo ainda? É. Não quer mais saber de voltar prá cá? O quê? Mas Arminda, santa, você não tem mais idade prá ficá indo nessas coisa de sarau, filha! Ah...vai ter cachê? É mesmo? Prá fazer o quê? Ma isso eu faço todo dia e ninguém me paga nada! Por isso que eu não gosto dessas coisa de artista. É tudo uma enganação só. Não entendo esse negócio, viu? E ainda tem gente que sai de casa prá vê isso. Por Deus, mesmo!
    É o seguinte, Minda, teu licor vai estragá. Te falei que é caseiro, não felei? Então, não dura a vida toda não, linda! Se você não voltá nessa semana vou dar a garrafa prá aquele taxista que leva nóis em todo canto. Ma que bandida, você, hein? Vamos ficá sem o jogo outra semana! É, porque de duas não dá prá jogá nada. A Domingas não gosta de chamá o Olavo pro jogo. Ela diz que se sente invadida, sabe? Eu, prá te falar a verdade, também não gosto. Ele tem aquele problema de gases e não sabe se controlá. Ai, é muito chato, sabe? A gente desconcentra das carta, é um horror!
    Minda, tem gente cantando aí? Nossa, que barulho! Cê vai cantá também?! Ma e a tua bronquite, não atacou dessa vez? É, né, porque você é só sair prá lugar diferente que já parece que vai morrê sem ar. Lembra daquela vez em Araxá? Quase que nóis perde o passeio por sua causa, lembra? Linda, escuta, só mais uma coisa, se eu fizé aquele bolo que vai wisky na massa você volta antes? Ah, não sabe, né? É porque se você vinha, eu já ia amanhã na padaria prá comprá a dose, sabe? Mas tudo bem. Melhor não fazê bolo mesmo. Quem sabe assim eu emagreço um pouquinho.
    Olha, filhinha, não fica sem dá notícia, viu? A Domingas fica d-e-s-e-s-p-e-r-a-d-a se você não liga. Coitada! E não exagera nos Campari!

sábado, 17 de março de 2012

Que chuva nada!

    Ai, Domingas, ainda bem que nós fomo! Se viu, de manhã até que tava um solzinho e deu prá molhá os pé na água. Olha, Minga, cê desculpa eu falá, porque nem marido eu tenho mais, mas acho chato o Olavo ficá usando aquela sunga de crochê na idade dele. Olha, linda, eu respeito as idéia dele, sei como ele era na juventude com aquele pessoal alternativo e tudo, mas aquela coisa tá laciada, santa! Aparece coisa que não deve, cê me entende? Olha, se ele faz tanta questão, faz uma nova! Aproveita e usa um ponto mais fechadinho, né? Que cê acha? Não tô certa?
    Então, filha, eu consegui falar com a Arminda! Pois é! Ela ainda tá lá pros lado da Praça Roosevelt, em São Paulo. Eu te falei, não? Contei prá ela que nós fomo passeá em Mongaguá. Acredita que ela só perguntô se nóis compramo o doce de banana que ela gosta? Ai, me deu uma raiva que quase que eu faço sagu com licor de figo que comprei pra ela. Mas cê sabe que eu não guardo rancor, né? Então deixei a garrafa guardada e dô quando ela voltá. Aliás eu tive uma idéia! Quando chegá o aniverário dela, eu sei que tá longe ainda, mas nóis podia fazê um brigadero de Anizete prá ela, não e uma boa? Acho que ela vai gostá, não?
    Olha, Minga, já quase terminei o conjunto de banheiro que nóis começamo no tricô lá na praia. Só falta engomá e depois transpassá a fita. Aí cê já pode dá de presente pra sua cunhada. Essa é aquela que era bem gorda e depois emagreceu? Nossa, ela ficou tão esquisita magra, né? A cara toda chupada, parece que tá doente, coitada! Na segunda de manhã te levo o conjunto aí e é só você fazê o embrulho do seu gosto. Bom dia prá você, linda! Ainda bem que não tá aquele calorão hoje, né?

quinta-feira, 15 de março de 2012

E essa chuva?

    Nísia, eu ligo pra Arminda mas o telefone não atende, já me deixei uns vinte recado na secretária eletrônica dela mas (COF COF COF!) nada dela ligá de vorta. Será que ela tá viva, ou tomô um pileque de caipirinha de Campari? Ai, a Minda dá esses sumiço eu fico doida!
    Bão, amanhã vai chovê, você topa ir pra praia assim mesmo? O Olavo fez cara feia, mas a cara feia dele eu já vejo todo o dia, então tanto faz e ele que fique quieto porque depois que ele me largou PLANTADA no quintal quando eu escoRRReguei e bati as costas, ele num tem nada que ficar dando palpite. Nós vamos e fim de conversa. E se tiver chovendo nós ficamo fazendo tricô no apartamento. Vc topa, linda? Ai, me avisa que assim eu já preparo uns lanche pra nóis. Beijão, Anísia, me liga.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Doce de banana.

    Domingas! Oi, filha! Então, não tô conseguindo falar com a Arminda. Mas vem cá, será que o Olavo não acha ruim de nóis ir tudo junto? É que nóis gosta de molhar os pé na água, visitar a feirinha hippie que tem cada coisinha tão linda, depois tomar um sorvete...vê com ele, Minga! Se não ela vai ficá apressando nóis e aí não é passeio, tô certa? Porque cê pode ter certeza que eu vô querê ir naquela casa que vende aqueles produto de banana, lembra? Ai, tem cada doce gostoso lá! Se a Arminda não for, nóis compra aquele doce sem açúcar que eu não vejo graça, mas que ela gosta, coitada! Diz que põe um pedacinho assim no fundo do copo e coloca o Campari em cima. Espera uns minutinho e bebe. Ela fala que é uma maravilha. Como eu não tomo essas coisa, não sei, né.
    Mas, linda, será que não vai tá muito quente lá? É que eu acabei de lavar aquele meu vestido de alcinha, sabe? Acho que vou colocar atrás da geladeira prá ver se seca hoje. Aí amanhã eu levanto uns minutinho antes prá passar o ferro e nóis vamo.
    Mas, menina, que será que dá na Arminda que ela some desse jeito? Você tudo bem, que tava lá quase morredo do seu tombo, mas e ela? Será que foi se encontrá com aquele pessoal de quando ela era artista? É, porque se foi, minha filha, cê pode esquecê! Só semana que vem que nóis consegue falar com ela. E eu tô aqui com o licor de figo prá dá de presente... será que nóis dá uma passadinha lá na casa dela prá ter certeza que ela não tá? Não! Faz assim, Minga,  quando cê mandá o Olavo no mercado comprá teus chinelo, pede se ele nõ dá uma olhada. É que ele vai de carro né, santa? É fácil, melhor que nóis andar nesse solão. Ai, por falar nisso, preciso procurar meu bronzeador já que nóis vamo prá Mongaguá. Eu ganhei um na rifa do Avon faz uns três ano e nunca usei, acredita? Lembra quando nóis era mocinha que batia cenoura e espinafre com uma xícara de azeite, coava e passava nos braço, nas pernas e ia tomá sol naquela época que nóis ia pro Boquerão? Nossa, ficava uma cor tão linda! Só que depois descascava tudo e ficava manchado. Será que é por isso que eu tenho essas pinta na cara, nos ombro, será?
    Bom, filhinha, deixa eu cuidá das coisa aqui, depois cê me fala que hora nóis vamos saí, tá bom? Beijo, linda!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Esse chinelo...

    Ai Nísia, se arrependimento matasse eu tava mortinha da silva! Num devia ter comprado esse chinelo lá em Bebedouro. O povo fica me enchendo as paciência que "cigarro faz mal, que eu vou moRRRê desse jeito", mas eu NUNCA fiquei doente porcausa de fumar! Apesar do chiado no peito que dá de veiz em quando, tô ótima! A minha mãe, coitada, morreu com 103 anos e fumana dois maço todo o dia! Ó que bonitinha a foto dela no aniversário dela... ai que gracinha, saudade da sinhora, mãe! Mas o que faz mal mesmo, além de olho gordo e dor de cotovelo é essa desgrama de chinelo que escoRRRega até (COF COF COF COF!! COF COF! RHÂÂ!) não poder mais. Cê acredita que eu tava melhorando já da dor na coluna e o Tavinho, coitado, guardou o chinelo na sapateira achando que eu tinha esquecido por aí e eu, na sexta-feira fui lá e peguei o danado do chinelo pra usar - já tinha até esquecido dele mas daí eu falseei o pé nele lá na cozinha e quase que levo um tombaço! Só daí que vi que tava com a sandália de Bebedouro e tirei ela na hora e calçei uma outra sandália pra poder fazer as coisa aqui em casa. Depois vou mandar o Olavo comprar umas Havaianas pra mim lá no mercado, porque tava passando um mindingo em frente aqui em casa e eu dei esses bentidos chinelos pra ele, junto com um pão com mortandela.
    Mas menina, fiquei sabendo da filha dos Loddi, que coisa, moRRReu (COF COF COF!!) tão moça, não tinha nem 60 ano direito, tava começando a curtir a aposentadoria, ai que dó. Se bem que ela era tão ruim que num foi à toa que só tinha uma corbélia de flor no enterro dela, mas aí é problema dela, né? (COF COF COF!) Mas e lá na Pernambucanas, tava bom? Se minhas costas tivessem me ajudando, eu ia com vocês, mas FAZÊ O QUÊ, NÉ?
    E deixa eu falar uma coisa: na quinta-feira o Olavo vai resolver umas coisa lá em Mongaguá e então que nóis podia descer junto e passar o dia na praia. Vô ligar pra Arminda pra vê se ela quer ir com a gente e a gente combina.
    Um beijo no coração, linda.

Que maravilha!

    Oi, Domingas! Como cê tá, querida? Melhorando direitinho? Não tá abaixando prá arrumá a cama não, né linda! Pelo amor de Deus, hein! Pede pro Olavo te ajudá, senão você não sara e vai ficar uma reclamona, que nem a Arminda.
    Então, filha, no fim de semana fui fazer aquele passeio com a terceira idade lá pra Águas de Lindoia. Cê já conhece, né? Mas então, que ônibus lindo que levou a gente lá! Você precisava  de vê! Tudo com uma janelas que não abria porque tinha ar condicionado. Ai, que maravilha ficar naquele fresquinho! E tinha aquelas poltrona bem estofada que dava prá empurrá para trás e tirar um cochilo. Eu não dormi, né, porque vai daí que eu começo a roncá, cê imagina que vergonha! Então fiquei olhando a paisagem. Nossa que lindo que tá por aí, viu? Umas estrada boa e também ajuda que o motorista do ônibus era assim um moço novo, que ajudava as senhora a subi e descê aqueles degrauzão. Eu não, né, porque faço as caminhada e tenho mais força nas perna, sabe? Mas cê precisava de vê que bonzinho ele era, fazia as curva devagar, não caía nos buraco, bom mesmo!
    Nós fomo naquele lugar das água que cura as coisa tudo. Ai que lindo, cheio de árvore, passarinho, borboleta, uma maravilha! Só que tava muito sol então desanimava um pouco de andar tudo aquilo. Mas também não tinha prá quê andá até as fonte que curava problema que eu não tenho, tô certa? Então! Tinha umas lá que beberam de tudo. Uma até teve um desarranjo só não sei se foi de misturá tudo as água ou se foi um bolinho de ovo que ela resolveu comê na lanchonete. Depois fiquei com pena, coitada, porque não conseguiu come os doce de leite que tavam vendendo lá.
    Então, Minga, te comprei um copinho de plástico, daqueles que tem uma tampinha que fecha em cima, e enchi com uma água lá que falava que curava as coisa quebrada. Lembrei das tuas costa e resolvi te trazê. Derramô um pouco no ônibus, mas ainda tem que chega prá você experimentá e vê se te ajuda um pouco. Também truxe um presente prá Arminda. É um licor de figo, caseiro. Eles que fazem lá mesmo. Será que ela vai gostar? Não sei, porque ela só qué sabê dos Campari dela, né? Olha, linda, comprei um docinho e uns biscoitinho que vocês pode experimentá quando vier aqui na quinta prá jogar. Que se acha? Tá bom assim ou é bom também comprá um rocambole salgado na padaria?
    Minga! Amanhã vou vê se te levo teu copinho com água. Hoje já tá quente demais prá saí e quando refresca já tá escuro. Tá bom, linda? Até amanhã viu?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Vamo antes do jogo.

    Alô! Arminda! Oi, filhinha! Bom dia! Essa noite tava pensando uma coisa. É que eu não consegui dormi de novo, cê acha? Só fui pregá o olho às três da manhã! Prá piorá não tinha nada de bom na TV, nenhum programa de receita. Só uns de religião e uns que vende jóia. Menina, se acha que são de verdade? Porque o preço não é ruim se for ouro mesmo. Até fiquei com vontade de uma correntinha que apareceu lá prá dá pra filha da Isabel Becotti, que é minha afilhada e faz aniversário mês que vem. Eles entregam em casa e ainda divide em vezes se precisa. Ma vai que não é ouro mesmo, já pensou o papelão que eu vô fazê? Então, linda, tava acordada e pensei que nóis, mais a Minga, podia ir nas Pernambucana antes jogá carta. É que hoje é dia da mulher, né? Então! Eles fazem umas oferta  e ainda dão bolo, refrigerante e ganha também um botão de flor ou um batom, cê que escolhe. Já que hoje é na sua casa e você não vai fazer o bolo de caçarola prá nóis, nóis podia ir lá. Que se acha? Depois a gente joga. E é bom que eu tô precisando vê se eu me acho um sutião de ginástica porque tô achando que eu tô muito solta, sabe, quando faço as caminhada. É chato, né, porque tem homem também que caminha lá. Fazê o quê? A rua é pública, né? Se tiver um camisão assim que nem túnica acho que eu compro também que aí cobre tudo e fica melhor. Não precisa também ser que nem as turca que vão andá lá toda coberta, a cabeça até os pé, tudo. Aí também não, né? Nossa só de ver aquilo já me dá um calor! Coitada dessas turca, não? Num calor desse andá com aquele monte de roupa. Fazer o quê? É cada um. Então, Minda, que se acha, vamos lá? Aí a Domingas aproveita e compra um chinelo bom de lavá quintal, com borracha assim em baixo. E você? Não tava precisando de uma cinta nova, linda?

terça-feira, 6 de março de 2012

Creio em Deus Padre!!!!!!

    Domingas, filha, mas que é isso que você tá me falando? Por isso que a Minda viu a água escorrendo pelo portão e você nada! Que horror, filhinha!!! Sabe que a vizinha da Mariazinha Bracholli caiu assim em casa também e correram com ela pro médico. Chegando lá viram que tinha trincado duas costela. Mas o pior foi que médico viu que a unha do dedinho de pé esquerdo tava com uma cor esquisita. Pediu uns exame que quando ficaram pronto deu que ela tava com um tipo de tumor. Maligno!!!!! Em dois mês tava morta! Olha o risco que cê correu! Creio em Deus Padre!
    Mas, Minga, vem cá o Olavo me falou na padaria que você não saía por que seu cabelo tava estragado, filha! A Vilma errou a mão desta vez, foi? Já te falei prá não ir mais lá. Ela mexe com aquelas coisa de umbamda, daquelas que bate nos tambor sabe? O Olavo deixa cê ir mesmo assim? Ô, Minga! Mas escuta, filha, ele tá te ajudando a lavar uma louça pelo menos? Olha se você precisar de ajuda, me fala! Me fala que eu mando a Minda ir aí.
    Então, a menina lá dos Loddi MORREU! Acredita? Cê fala com a Minda que te fala os detalhe. Diz que só tinha uma coroa de flor no enterro dela. Fiquei com pena, coitada. Tudo bem que ela era ruim, mas só uma coroa de flor é muito triste.
    Depois vê com a Minda se nóis vamos jogar carta nesta quinta, quer dizer, se você melhorá das dor, né. Sabe que a filha duma conhecida lá no lugar que eu faço as caminhada usa Maizena nas junta prá tirá a dor. Acho que cê deve exprimentá, ainda mais que você fuma que nem uma condenada, quanto menos remédio cê toma, menos tóchico tem no seu corpo, né? Tô certa, né? E depois mal não vai te fazer.
    Ó, linda, o que vocês decidir de quinta prá mim tá bom.
    Vê se toma mais cuidado na escada e joga aquela sandalinha fora. Já te falei um monte de vez que essas coisa de oferta não vale nada!

Ai, minha coluna!

Ai, Nísia, você não sabe que me aconteceu. Sábado eu tava lavando a garagem e eu pedi pro Olavo passar no mercado pra comprar cloro e Atol pra arear as panela e dali mesmo dar um pulo (COF COF COF.... RHÂ RHÂÂÂ!) no mercado pra comprar dois maço de Carlton pra mim, e acho que ele encontrô uns amigo dele e ficou lá entretido na conversa. Nessa daí a escada tava molhada e eu esperando feito um estandarte o Olavo chegar, fui subir lá na lavanderia pra pegar o sabão em pó e falei "paciência, lavo a garagem com sabão mesmo só pra disfarçar" e daí em tava usando aquela sandalínha que comprei lá em Bebedouro quando fui pro casamento da filha da Custódia Zuchetti e então (COF COF COF) pisei de mal jeito num degrau molhado, o pé escorregou e caí estirada no chão que nem uma largatixa. Minina, eu num conseguia me mexer, só ficava gemendo porque bati a coxa com tudo nos degrau e doíííííííía... e nada do Olavo chegar em casa! Até que quase uma hora depois a Marisa me chega em casa com os filho dela (Ai que gracinha que tá o Giovanni, tão esperto, bagunça minha casa toda! A Mirella já mais quietinha, meio enjoadinha coitada, puxou mais pro lado do pai dela) e me vê daquele jeito no chão com a mangueira jorrando água e eu sem consegui me levantar só ficava lá de olho na porta pra vê se alguém chegava pra me levantar do chão. Ela ficou de-ses-pe-ra-da, me levantou do chão, me enfiou no carro e levou correndo no pronto socorro pra tirar uma chapa e, que sufoco, menina! Pelo menos o ortopedista bonitão que tava de plantão me atendeu e foi todo simpático comigo e falou que não tinha (COF COF COF) nada que só ia ficar com dor na coxa e nas costa por causa da posição que fiquei lá estirada. E agora tô toda dolorida que não consigo me mexer, nem pra tomar banho dá direito, pra fumar tá um sufoco porque parece que tem uma coisa me espetando quando vou puxar o ar, ai que desgrama! E o pior é que depois de 40 minutos é que o Olavo liga no celular da Marisa pra perguntar onde que eu tava e porque a torneira ficou ligada, já achando que tinha entrado ladrão em casa. Ah, eu soltei os cachorros no Lavo, falei que "onde já se viu ficar de papo na padaria" e (COF COF COF.... RHÂ RHÂÂÂ!) "tava preocupado com o que, não se pode pedir mais nada que tudo é com má vontade, leva três horas pra voltar, que saco!" e ele ficou todo bravo falando "foi só 40 minutos, só fui lá comprar as coisa que você pediu e pãozinho pra tarde, você é fogo, viu?!" mas no fim deu tudo certo. Pede também minhas desculpas pra Minda, que eu não liguei no domingo que acabei indo pra casa da Marisa que ela fez o almoço lá já que eu tava assim desse jeito dolorida. Tá bom, fia? Manda um beijão pra todo o mundo lá... e cê já tem notícia dos Loddi? Será que a moça já morreu? Ela não presta, mas coitada, ela tá tão mal...

Pé-de-moleque de liquidificador.

    Ô, Arminda! Hoje tava aqui vendo a Ana Maria, aliás cê viu a receita de pé-de-moleque de liquidificador que ela deu? Então, tava assistindo e pensei que quando nós for na Domingas é melhor não falar da sobrinha dos Loddi que morreu. A coitada já tá com desgosto por causa dos cabelo e não precisa de mais procupação. Quê cê acha? Tô certa, né?
    Nóis podia fazê o pé-de-moleque da televisão pra levar prá ela. Se bem que ela tinha comentado que a ponte dela não tava muito boa. Não sei porque ela não vai logo no Dr. Júlio. Ele é tão bom assim com gente de mais idade e nem é carero. Dá prá ir a pé e tudo. É, tô certa! Não vamos levá o pé-de-moleque não! Depois me quebra a ponte móvel dela e vai sê mais problema pra cabeça.
    Minda, porque você não faz seu pão-de-ló de caçarola? Mas faz o de verdade, hein? Não me vem com aquele de saquinho que tem gosto de sujeira. Só você acha que não tem diferença. Cê precisa diminui os Campari no dia prá ver se melhora seu paladar, filha! Escuta o que eu tô te falando. Olha que eu falo e as coisa acontece, viu?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Coitada da Domingas!

    Arminda, filhinha, descobri o que tá acontecendo com a Domingas! Mas você não me vai acreditá na desgraça, coitada!
    Fui fazê minha caminhada hoje pra vê se melhora minha osteoporose. Não te contei! O Dr. Rui falou bravo prá mim que se eu não tomasse jeito de andá todo dia, logo, logo ia desmanchá. Nossa, fiquei tão assustada! Nem dormi naquele dia! Agora tô com medo e tô indo andá naquela praça que já tinha aqui perto e que mudaram as planta e colocaram uns brinquedo prás cianças e umas máquina de ginástica que vô te falar! Fica umas mulher lá rebolando de um lado pro outro. Que coisa mais ridícula! Aí eu tava lá, não nessas máquina, andando, e vi o Olavo lá na padaria. Ah, menina, atravessei a rua na mesma hora e fui perguntá "Escuta, que que tá acontecendo com a Minga que não fala mais com nóis? A Minda e eu tamo desesperada!" Aí ele falou que na sexta-feira ela foi arrumá os cabelo lá na Vilma. Foi cortá um pouco, porque ela não tava aquentando com o calor, e quis dá assim uma mudada, né? Aí resolveram fazer um permanente pro cabelo ficá mais jeitoso. Ele não sabe se foi muita química ou se os produto tava estragado porque não usava faz tempo, mas disse que a Domingas me saiu de lá com os cabelo tão crespo que tá parecendo um púbis! Se acha? Coitada!!! E isso é jeito do Olavo falá dela! Ai esses homem, viu! Nessas hora é que eu acho bom de sê viúva. Eles não entende essas coisa da gente e faz pouco caso.
    Minda, vamo ver se nóis vamo lá, se não fizer muito calor, que aí eu não aguento minhas perna, prá dá uma força. Diz que ela tá morrendo de vergonha de saí de casa. Mas vamo uma hora que Olavo não tá que eu acho muito chato nóis lá e ela com aquela barriga de fora sentado no sofá. Cruz credo!

domingo, 4 de março de 2012

Minga, sua sacripanta! Atende!

Pééééééééé....
Péééé-peéééééééééééé...
Domingas! Ô Domingas!
Péééééééé-péééééééé...
Atende, Minga! Sô eu aqui fora, filhinha!!!
Ma vai fingir agora que não tá em casa. Eu sei que cê ta aí, filhinha! Tá lavando a garage porque eu tô vendo a água escoRRRendo em baixo do portón!
Má... Serásse possível??? Ô Domingaaas!!!
Pé-pééé! Pé-pé-pééé! Pé-pééé! Pé-pé-péééééééééééééééééééééééééééééééé!!!
Olha, benhê: eu sei que você sabe que a sobrinha da Dirce, lá dos Loddi, moRRReu por causa dessas porcaria nojenta de cigaRRRo! Não pensa que vai escapá de ouvir sermão, viu!
E não adianta fingi que cêis não tão aí. Encontrei o RRReginaldo lá na praça e ele disse que encontrô com o Olavo na padaria comprando pôm e cigaRRRo hoje de manhã!
Ô Miiiiinga! Tá me ouvindo, benhê?
Ô, filhinha: pára de escutá minha conversa e fecha essa janela que eu não tô gritando com você, viu!
Pééééé-péééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééé...
Olha, Minga: eu tô indo embora má você não me escapa, viu!
Sampimbaroto...

sábado, 3 de março de 2012

Cadê a Domingas?

Arminda, você sabe da Minga? Desde quinta que não consigo falar com ela. Queria combiná de ela me fazê as unha do pé. Nossa, só ela que tem força prá cortá as unha do dedão! Essas menina novinha do salão só sabe de esmalte. Qué fazer florzinha, lacinho, essas coisa de juventude que prá mim não dá certo, filha!

Arminda! Cê tá mais calma hoje? Tomou seu Campari? Cê sabe que desde que fiquei sozinha não tem essas coisa de álcool aqui em casa. Me incha as perna, me faz mal. Não sei porque você ainda reclama! Sabe que cê tá precisando? De dança! Isso, vai lá na terceira idade da prefeitura, no domingo, na hora do almoço, que tem baile. Depois me conta se é bom. Se não tiver assanhamento eu vô com você outro dia, pode ser, filha?

Se você conseguir falar com a Domingas, pede pra ela ligar prá mim. Será que o Olavo tá ocupando muito ela? E avisa que ela esqueceu o isqueiro aqui em casa. De novo! Vou vender essas porcaria na fila do banco. Quem sabe dá prá pagar meu sorvete...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pior que na menopausa, filha!

Anísia, meio a contragosto, recebe as amigas, Arminda e Domingas, à tarde para o jogo de tranca.

    Olha, hoje eu não fiz nada pra petisco! Não consigo trabalhar neste calor e perdi a fome também. Tem água com limão e gelo se vocês tão com sede.
    Menina, se acredita que tá me saindo uma brotoejas aqui, bem embaixo do seio! Só pode ser esse calor! Hoje tô colocando um pedaço de papel toalha para ver se absorve o suor. Deus me livre ter que ir em médico por causa disso!
    Domingas, vê se lava a mão antes de pegar no baralho se não fica tudo com cheiro de cigarro e empesteia a casa toda.
    Cruz credo esse calor, gente! Nunca fiquei tão melada na vida. Aliás, Arminda, semana passada o vidro da mesa ficou todo melado. Será que não é esses creme esquisito que você passa nos braço?
    Mas será possível? Nem quando eu era moça e tava na menopausa sentia um calor desse! Nem vesti a cinta ontem e hoje. Não aguento!
    Domingas, não me inventa de fumar na lavanderia. Hoje não, linda! Essa fumaça me dá mais calor.
     Arminda, te prometo que depois de três rodada a gente joga uma de Roba Monte que você gosta, tá bom assim?